sábado, 28 de janeiro de 2012

Ciranda.

Entrei na ciranda e comecei a dançar, aprendendo novos passos, mas vi que meu ritmo era diferente. Não entendeu?

A gente se envolve, acha que pode tentar algo novo e se apaixona.

Nesse jogo de negar o que sinto, havia algo mudando. Eu já não era mais a mesma, nem o que eu sentia. Tudo que eu havia renegado vivenciar outra vez, repito agora.

Sinto falta da sua ligação, me sinto segura quando ouço sua voz,
me sinto sozinha quando você não tá presente, não penso em outra coisa que não você.

Eu sabia dos meus riscos, conhecia minhas fraquezas e inseguranças, por isso relutei. Mas me diz, como resistir a você?

Agora me resta tentar recobrar a consciência, só me resta entender que nem sempre vou te ter e por isso tenho que aprender a viver todo dia sem você.


Mas Antoine de Saint-Exupéry já havia me dito:
" A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar..."

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sempre Caio.


Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Elemento.

A tarde inteira olhando para a folha em branco, tentando colocar pra fora tudo que esmaga por dentro.
Mas eu não consigo, não dá pra entender.
Com tanto pensamento, tanto sentimento e nenhuma palavra. Nada que explique, que dê nome.
Eu queria saber ser indiferente, eu queria saber ser forte e fingir que não noto, que não está acontecendo nada.
Eu não sei ser assim, talvez seja por essa mania de querer resolver tudo, de ter sob controle.
Essa mania de achar que posso fazer diferente, que posso mudar simplesmente se soubesse o que estava acontecendo.
Então, dá vontade de jogar tudo pro alto. Parar de me torturar tentando buscar explicação para algo que não existe ou mereça ser explicado.
Mas eu também não sei desistir. Eu não quero.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Semente.

Sempre soube que sentimento requer cuidado, mas não imaginava que teria que ser algo tão constante. 
Uma vez plantada, a semente tem que ser zelada todo dia, regada com todo carinho, retirado as ervas daninhas para que assim, possa se aproveitar dos frutos, para que se desfrute do melhor que é oferecido.


Quando não cuidamos da semente que acreditamos nos pertencer, certamente ela morrerá.


-Ou talvez, aparecerá outro que faça isso por você.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quindins na portaria.

Adoro e-mails justamente porque são sempre bem-vindos, e posso retribuí-los, sabendo que nada interromperei do lado de lá.
Sem falar que encurtam o caminho para a intimidade.
Dizemos pelo computador coisas que, face a face, seriam mais trabalhosas.
Por não ser ao vivo, perde o caráter afetivo?
Nem se discute que o encontro é sagrado.
Mas é possível estar ao lado de quem a gente gosta por outros meios.
Quando leio um livro indicado por uma amiga, fico mais próxima dela.
Quando mando flores, vou junto com o cartão.
Já visitei um pequeno lugarejo só para sentir o impacto que uma pessoa querida havia sentido, anos antes.  Também é estar junto.

Sendo assim, bilhetes, e-mails, livros e quindins na portaria não é distância: é só um outro tipo de abraço.