quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Da falta que a falta faz.

Sinto sua falta.

Sinto falta de fazer par contigo, sinto falta das nossas conversas, dos conselhos e puxões de orelha.
De amanhecer e partilhar meus sonhos, ou faltas de sono.
Falta de te contrariar e fazer planos.
Planos para nós, para o final de semana, para uma vida juntos.

E te contrariar de novo. E discordar de você, te chamar de cara lisa, dizer que você é doido.
Sinto não te fazer meu primeiro e último pensamento (feliz) do dia.
Era tão bom ver como éramos juntos, ninguém poderia dizer que não daria certo, nos transbordávamos.

Quem diria que nos tornaríamos dois estranhos, que não saberíamos nos tocar nem conversar no telefone. Que teríamos receio de tratar com carinho, de demonstrar afeto.

Sinto falta de olhar nossos retratos, de reviver nosso dia em pensamento, de guardar cada data, cada frase, cada beijo.

Sinto falta do seu pouco que me era muito. Sinto falta de te ouvir dizer que eu era linda, a razão do seu sorriso, o motivo da sua alegria, mesmo não concordando contigo. Sinto falta de te ouvir dizer que sentia minha falta.

Do seu olhar carregado de afeto, do carinho no cabelo, de te ver debochando da minha cara. Do seu andar apressado para abrir a porta do carro, que sempre me surpreendia. De te ver baixando o som para me ouvir falar, ou aumentando para não me ouvir cantar.

Do seu bom dia, do boa tarde e do boa noite.  Da certeza de mais um outro dia contigo. De não ter medo de acordar sem você.

Do seu jeito manso de falar, da sua paciência e elegância, das surpresas. Do som da sua risada.

Sinto falta de sentir sua falta.
Nos meus dias, nas minhas conversas, na cama.