sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sem título.

Eu precisava decidir, e por isso, antecipo nosso fim.

Antecipo a decepção e a saudade,
Antecipo a abstinência das intermináveis conversas,
Antecipo o choro e o desapontamento,

Não espero mais o seu bom humor matinal, não verifico o celular, não te espero com notícias nem te farei parte do meu dia.

Eu me prometo não te deixar me fazer sofrer.

Sendo assim, diminuo o tempo perdido.
Postergo o grande final feliz.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Para não pensar.

Outra madrugada, outra vez você. 

Você me bagunça, se aloja nos meus pensamentos, acha vazios e se apropria. Preenche.
Traz paz e me tira o sossego. Com sua certeza, me dá insegurança.

Dissimula, ironiza, pinta, borda e brinca. Fala sério também. Ganha.
Derruba barreiras, quebra fronteiras, e por fim, titubeia.
Você abusa, me usa, se aproveita de mim.

Eu observo demais, falo demais, demonstro demais, acabei também te querendo demais. Perdi.
Do desassossego da sua ausência, na insistência sem fé alguma, você me tira o rumo e o prumo, vira meu mundo.

Eu te visualizo, sensualizo, brinco de ser, fingindo não te querer. Querendo.
Me confundo. Faço planos e me desfaço. Tropeço e caio. Devaneio. Divagueio.

Entre beijos, desejos. Entre coxas, mãos bobas. Entre eu e você, mais nada. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Em vão.

Eu tento.
Tento não pensar em você, tento não te querer tanto.
Tento não partilhar contigo tudo que me acontece.
Tento não estragar tudo.
Meus planos, minhas músicas, minha rotina.

Eu estou sempre um passo a frente, pensando nas alternativas para me livrar - ou não - do medo.
Sei lá.

Tentando não fazer de você o meu primeiro pensamento do dia, tentando destruir antes que cresça, viajar na esperança de fugir. Mas onde eu estou, eu levo você.
E vou entendendo que aprendi com você, que se pode mudar e viver intensamente.

Mas eu lembro bem o que esse impulso fez comigo, o que essa euforia do surpreendentemente novo fez.
E começo a negar, como se desse para voltas atrás. Só que eu não desisto tão fácil, as feridas colocam o pé no chão.

Eu tento fugir...mas você já faz parte de mim.

Me diz, como fugir de mim?



sábado, 3 de agosto de 2013

Ressignificar.

Tenho um apreço todo especial por borboletas, são tão livres, leves, espalham beleza.
Mas as aprecio principalmente por seu sentido de evolução.
A borboleta nos ensina a mudar de estágio, de fase, uma mudança de vida que dura pouco mais de um minuto, a tão esperada saída do casulo.

Hoje eu as senti no estômago, e isso talvez seja um convite a uma nova fase.
Uma fase sem receios, sem medos. Uma fase de entrega. De dar novo sentido.
Eu nunca havia entendido essa afirmação que usam para descrever emoção. Até agora.
Foi estranho, foi como quebrar em mil pedaços e juntá-los em segundos.Um colapso sentimental.

A ordem é não ficar parada, dar o passo adiante. Sair do casulo, bater asas.
Voar para longe, mirar o alto e seguir um outro e novo caminho.

Mas a borboleta insiste em não se mostrar, não quer cumprir ordens.
Ela quer ficar ali, guardada, no seu ambiente tido como seguro.
Mas o que é mesmo segurança? Há tanto tempo não se sente assim.

Entender as borboletas, é aceitar o fato de que precisará dar algumas respostas sem nem tê-las formado ainda, e isso dá medo.

Acho que posso me acostumar com a presença delas mesmo sem entender.