quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Frio.

Hoje senti frio, um frio diferente de todos que havia sentido.
Um frio que travava as articulações, que me fazia tremer por dentro.

Não era um frio normal, 
era temperatura corpórea baixa da falta de um pouco de você.


Era algo como sentir meu coração congelando,
vendo minha capacidade de amar ser destruída.

Era uma tentativa inútil de manter a chama acesa, 
de me aquecer pensando em você.

Um frio que me desabava, que limitava meus movimentos.

Então, me agasalhei com o que tinha de mais precioso,
me agasalhei com a única coisa que me aquecia,
com o que não me limita:
Minha fé!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Uma arte.


Não é tão difícil dominar a arte de perder;
tanta coisa parece preenchida pela intenção de ser perdida
que sua perda não é nenhum desastre.
Perca alguma coisa todo dia. Aceite a novela das chaves perdidas,
a hora desperdiçada, aprender a arte de perder não é nada.
Exercite-se perdendo mais, mais rápido:
lugares, e nomes e... para onde mesmo você ia viajar?
Nenhum desastre...
Perdi o relógio de minha mãe. E olha, minha última eminha penúltima casas ficaram para trás.Não é difícil dominar a arte de perder.
Perdi duas cidades, adoráveis. E, mais ainda, alguns domínios,
propriedades, dois rios, um continente.
Sinto sua falta, mas não foi um desastre.
Até mesmo perder você (a voz gozada, o gesto que
eu amava) eu não posso mentir. É claro que não é tão difícil dominar
a arte de perder apesar de parecer (pode Escrever!) desastre.