sábado, 8 de julho de 2017

Caiu a ficha.

Você foi embora e não me sentir triste é estranho. 


Na verdade, fico triste sim, mas por você. Porque que outra mulher aguentaria tudo que aguentei calada por você? Quem ficaria e enxergaria em você o homem que só eu via?


Eu tinha vontade de segurar teu rosto pra te fazer acordar e não me deixar ir. Porque a gente dava muita risada junto, tínhamos sintonia em toda programação, nunca houve tédio. Podia não ser amor, mas chegava bem perto.


Só que não, você não pedia para eu ficar, mas também não me deixava ir. Tinha sempre uma nova carta na manga e sabia exatamente o que fazer para me manter por perto e quando eu ficava, você que ia embora.

Foi e voltou inúmeras vezes, conferindo se eu realmente não era a mulher da sua vida. 

Voltava porque encontrava em mim algo que ninguém vai te dar: a minha vida! 

Você até encontrava uma mais bonita, mais inteligente, com um corpo incrível e desapegada. Mas nenhuma era melhor que eu. Nenhuma nunca vai ser.


E só agora eu percebi isso, depois de anos aqui escrevendo para você e declarando todo meu amor.

Porque era no meu jeito de te mimar que você era forte, era na minha disponibilidade que você encontrava abrigo, era no meu impulso que você se equilibrava. 

Eu te ouvia e me interessava pela sua vida como se o mundo dependesse da sua felicidade. Quando você precisava disso, era para mim que você ligava. Anos escrevendo sobre como eu havia encontrado o amor da minha vida e o quanto você era especial. Menos hoje.


Porque adivinha, só agora minha ficha do quanto tu é burro caiu. Do quanto você deve estar muito triste pra ficar afirmando aos quatro ventos o quanto está feliz sem mim. Eu demorei muito para perceber que eu sou demais pra você.


Finalmente eu deixei de chorar por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Tadinho.