Quando o vi sorrindo soube, no mesmo instante, onde se escondia o primeiro raio de luz do amanhecer, soube ali, que em seus lábios nascia o verão, que sua boca guarda o calor de um sol, ou melhor, de quantos sóis existirem nesse mundo.
E se percebia isso não apenas em seu sorriso.
Percebia-se nos teus abraços calorosos, acolhedores, tão cheios de vida.
Percebia-se queimar uma paixão insaciável em sua boca, que de tão quente embriagava-se em beijos loucos, apaixonados, demorados, frustrados, raivosos e tantos outros quantos fossem necessários, desde que ainda fossem beijos.
Eram tantos em tão pouco tempo que sua vida deveria ser estendida a eternidade para, enfim, encontrar a paz de um bendito beijo acalentador de seu espírito demasiado livre.