domingo, 28 de maio de 2017

Lupa.

Sempre acreditei que o que muito vale, muito custa.

Acreditei tanto que dei minha vida por algo que nada valia.


Então eu vim aqui pra dizer que não, amor não é isso que a gente tá acostumado a aceitar.

Amor não precisa doer, não precisava te fazer chorar ou ser diminuída em troca do prazer do outro. A propósito, nunca se diminua pra caber no mundo de ninguém! 


Tudo vale no amor, se a caminhada for em conjunto. Se for uma via de mão dupla. Se houver reciprocidade.

Enquanto só você der, quando só você demonstrar, quando você precisar buscar enxergar amor nas mínimas coisas, certamente não será amor.


E não estou sendo utópica, não acredito em contos de fadas. 

- Mentira, acredito sim, mas não é disso que estou falando. -

Estou dizendo que o amor é simples demais pra gente complicar tanto, gastando tempo com o que não merece.


Não estou dizendo pra desistir na primeira briga, mas sabe aquele defeito que você acha que o tempo vai resolver? Ele não resolve. 


Não adianta mudar quem você é, tentar agradar o outro o tempo inteiro e se distanciar do que você gosta. O amor não precisa de transformações.


Achar que o cara te ama porque ele te da bom dia ou te manda mensagem de madrugada é a pior tolice. É enxergar amor onde não tem nada.

Viver buscando sinais é gastar tempo em vão, vou além, é se desgastar em vão. 

Então desista no seu primeiro fracasso, na primeira vez que tua razão disser que não dá certo. E nunca, nunca tente se convencer que o erro é seu, que você não tentou o suficiente.


Amor de verdade transborda, não precisa colocar uma lupa o tempo inteiro pra enxergar. 


O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor (1 Coríntios 13:4,5) 


Mas que pra tudo isso aconteça, primeiro precisa ser amor, precisa ser recíproco.




domingo, 21 de maio de 2017

Limites.

Eu pensei que eu nunca escreveria esse texto, mas aqui estou eu sendo pega de surpresa pela vida. E como sou grata por essa surpresa, meu Deus.

Eu esqueci, não do dia pra noite, eu só esqueci. E esqueci sabendo que estava esquecendo. 


Não houve receita pronta, conselho, música, distração ou novo hobby.

Não fiz dieta, não comecei uma nova atividade física nem arrumei um novo amor. 

Houveram sim muitas tentativas pra que se chegasse onde estou hoje. Milhões de textos lidos, várias horas alugando o ouvido dos amigos, planos de viagem.

Fui pra um bocado de festas, tomei vários porres, tirei férias, mas nada disso funciona se seu limite não foi atingido.


Porque é nisso que acredito, que tudo tem limite e com o amor não é diferente.

Não importa quantas lágrimas você tenha derramado ou quantas ressacas tenha curado, nada importa se você ainda quiser amá-lo. Haverão milhares de chances até seu coração cansar.


E eu cansei de me doar e no fim me doer. Cheguei no meu limite de altruísmo.

Foi assim, eu acordei e senti todo aquele amor por mim outra vez. 

D O  N A D A.

Desse dia em diante eu não chorei, não doeu, não teve nostalgia nem recaída, apenas passou. 


O que quero dizer é que não adianta nada que lhe digam, se você ama alguém incondicionalmente, você vai lutar por aquilo até chegar no seu limite.

E só você sabe qual é ele.


Pra chegar onde estou hoje, foi um caminho bem difícil, cheio de marcas e mágoas. Os dias que se antecederam foram como todos os outros, regados de muito choro e noites em claro. Eu estava pouco a pouco perdendo a minha luz. Acordava com pesadelos, não tinha fome nem vontade de sair do quarto. Um verdadeiro abismo me separava do resto mundo. Eu sempre achava que não ia aguentar mais, mas sempre dava um jeitinho de cobrir a dor com amor. De lutar por um amor que eu acreditava tanto no potencial dele. Eu fui ofendida, humilhada e rotulada. Fácil não foi, mas pra quem achava que era o amor da vida, não tinha como imaginar que seria diferente.


Esse não é um texto sobre arrependimento ou história inacabada, não estou contando vantagem. Não é sobre uma receita de superação nem sou um exemplo.


É um texto sobre ter se tornado uma mulher bem resolvida, sobre um reencontro consigo mesma. É sobre recuperar a auto estima, se encher de si e de planos que só dependem de mim. É fazer as pazes com seu passado e se perdoar por ter se castigado tanto em troca de um amor tão medíocre.


Não é sobre curar um amor com outro, é sobre ser responsável com você e buscar ser completa para que quando qualquer outra pessoa aparecer, não servir para lhe preencher e sim para lhe transbordar.