terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dia após dia eu esperei por você. 
Esperei por algo que nunca ia chegar, procurei sinal de fumaça, carta, mensagem de texto, WhatsApp. 
Nada.

Não havia rastro seu em lugar algum, você não estava ali e começo a me questionar se um dia esteve.
Sim, porque não me conformo com sua facilidade em ir embora sem olhar para trás. Jogar fora tanto amor e seguir na estrada sozinho. 

O plano era ficar juntos, caminhar na mesma direção e montar o quebra-cabeça com nossas diferenças. Era seguro e confortável, não havia porque temer minha sorte, eu finalmente estava vivendo um grande amor.
E então você se foi, sem avisar ou marcar data. Eu nem lembro como estava o tempo aquele dia, mas lembro exatamente a tempestade que caiu dentro de mim. Eu precisei ser forte.

Preciso repetir no espelho todos os dias que foi só mais um, que o amor é sim para o meu bico, que eu vou viver minha história de amor com príncipes e cavalos brancos da vida real. Eu só preciso ser paciente, só preciso confiar. 
Que não importa quantas vezes pisaram no meu coração, não importa quantas vezes me negaram amor. Eu não vou desistir de amar.

Afinal, sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas. 



domingo, 20 de julho de 2014

Sobre o que passou.

Minha vida não era diferente com você, só não era mais minha vida, era a nossa vida. Os problemas continuavam lá, mas você me fazia esquecer de tudo.

Te amar era minha alegria e eu dedicava todo meu tempo a ser feliz com você. Você tornou meus dias mais leves, despretensiosos, não havia espaço para sofrimento. Você era as mãos que me guiavam no escuro, dava calma a alma, era a minha possibilidade de não sofrer mais nunca. Eu que pensei que amor não era para o meu bico, apostei em você e dei a aposta como ganha. Ah, meu Santo Antônio finalmente havia me ouvido!

E como eu te amava por você ser tudo isso sem esforço algum, era natural de você me fazer feliz. Me bastava um bom dia e meu dia era uma alegria só, não tinha problema no mundo que um sorriso seu não resolvesse. Se naqueles dias existisse alguma carga, pode ter certeza que contigo era mais leve.

Te amar me impulsionava a ser melhor, a cuidar de mim porque eu era uma peça de nós dois, a cuidar de você porque você era uma peça de nós dois. Te amar me fazia acordar cedo como se fosse a melhor coisa do mundo mesmo eu odiando, me fazia ouvir comentários maldosos como se fossem poesias, a comer como se não engordasse, a viver de forma mágica como se cada dia ao seu lado fosse o último. Até que esse dia chegou e eu não estava pronta.

E eu chorei por dias sem fim, até começar a soltar uma única lágrima que não se dava ao trabalho de virar choro para mostrar quanta tristeza havia no meu peito. Eu tive que desistir de nós dois por não querer continuar sozinha no barco que você me deixou.

E tudo acabou do nada, assim como começou.

domingo, 6 de julho de 2014

Brilho

Você chegou como um anjo,
Me protegendo,
Me fazendo rir,
Ofuscando meus medos,
Realizando meus sonhos secretos.

Você chegou e fez algumas coisas ganharem sentido,
E eu nem sabia que era de você que eu sentia falta.

Seu brilho foi invadindo as lacunas escuras e não antes habitadas, me questiono como passei tanto tempo sem sentir essa paz-inquieta.

Eu não sabia o que procurava, até encontrar você.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Carta de Dia dos Namorados

O dia dos casais apaixonados renovarem seus laços chegou, os corações batem no mesmo ritmo, não há outro desejo se não ficar tão pertinho que seja possível ouvir a respiração do outro. Mas nós não vamos nos encontrar.

Não consegui me segurar e chorei, e provavelmente vou chorar muito ainda. Talvez eu não consiga disfarçar e tenha vontade de me aninhar nos seus braços que na lembrança era um lugar seguro, porém já não é mais e isso me fez continuar chorando. Quis correr para bem longe. Longe de você, longe das lembranças, longe desse amor que me sufoca e me faz tentar engolir o choro, que me suga o que sou e o que tenho de melhor. Fugir da data comemorativa, de trombar com casais apaixonados e conviver com a felicidade deles, fugir da felicidade que achava que tinha, fugir da sensação de abandono e da sua indiferença.

Hoje eu só queria precisar te falar daquele amor puro que me fez sentir por você, de te contar sobre as borboletas que eu descobri que tinha no estômago, de como é a sensação de se apaixonar pela mesma pessoa todos os dias, de te contar nossa história como se você não fizesse parte dela. Em como você me deixava mais forte e com a sensação de que juntos éramos imbatíveis, como eu não temia minha sorte nem planejava o futuro.

Fui contra meu instinto primeiro que nós não daríamos certo, que era perigoso demais, confiei mais em você do que em mim, entrei no barco sem saber que remaria sozinha e logo em seguida você não mediu esforços para me mostrar que eu estava certa, te amar era muito perigoso. Contudo, agradeço por ter passado momentos incríveis ao lado de alguém tão insuportável, tão egoísta e diferente de mim porque mesmo com o coração coberto de cicatrizes – e muitas delas que você deixou - eu sou romântica demais para esquecer do amor, amor que eu não quero mais te dar mas que  também não sei o que fazer com ele e por isso escrevo.

E assim chorei, chorei por te ver indo embora de dentro de mim, por ter desistido de nós. Por não conseguir mais te admirar e dedicar meu amor, por ter na garganta um grito contido de “eu te amo”. Contraditório no dia em que todos celebram o amor, eu desistir do meu. Lamento tanto que a tristeza escorre pelos olhos em forma de lágrimas, explode no peito como medo, transpira insegurança.  Havia em você paz e a possibilidade de não mais sofrer, então fomos embora e não sobrou mais nada. Na vida, precisamos de alguém que te lembre todos os dias do seu valor, e valor foi algo que você nunca soube me dar. Eu tive que aprender a preencher com amor próprio os vazios que você deixou, até não ter mais espaço para você.

Feliz dia!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Do que não deve ser dito.

Você nunca foi um segredo. Mas ainda assim, é aquela lágrima de saudade que ninguém nunca descobriu, aquele impulso de ir além que ninguém nunca entendeu. E então, mesmo de longe, você consegue estar aqui. Tão dentro de mim, tão nas entrelinhas do que vivo, tão nas noites que eu não durmo.

Eu te amo tanto, que eu mantenho a distância segura que nos separa e te dá paz. Amo tanto, que já me acostumei com a ideia de que estar longe te faz bem e sofro sozinha com todo esse amor espremendo meu peito contra uma realidade fria e sem graça, longe do teu calor e do teu sorriso. 

O meu amor é instável a ponto de sumir quando eu vejo novela, mas é intenso a ponto de não acreditar que o amor como eu sonhei é só um sonho. Meu amor é tão burro, tão imbecil, que ele acredita que agora pode dar certo, que agora seremos felizes, que agora tudo na minha vida vai mudar. O meu amor é teu, tão teu que não se importa com a felicidade do teu sorriso longe, desde que ele se mantenha sorriso.

O meu amor é uma mistura de passado e futuro. É uma falta de presente que angustia e amedronta, mas anestesia. E eu vivo inerte sentindo tanto (tanto) amor, que eu viro pro lado, coloco a mão na minha cintura como você fazia, imagino seu rosto e durmo. E isso basta. Meu amor é tão humilde, tão singelo, que ele continua sendo amor só por saber que você existiu um dia. Ele não quer a sua presença, não exige seu carinho, mas lamenta tanto a sua perda.
O meu amor é a fé que eu deposito todos os dias em alguma coisa que possa tirar todo esse peso e essa dor de mim. É aquele sentimento de crença meio burro, que faz de mim uma metade de amor. Meu amor é aquele que um dia fez de você o primeiro, que te transformou em último e que me fez parar de acreditar. E eu parei, porque eu te amava tanto, que eu não sabia o que fazer com esse amor e acabava te odiando.
Meu amor me dá tanto medo, que eu te rebaixo. Eu fico tentando pensar nos defeitos que você tinha, naquele dia que você não foi atrás de mim e eu olhei pra trás a cada passo que eu dei, nas vezes que você não me atendeu ou me deixou no vácuo. Eu tranco a porta do quarto, ouço Jorge e Mateus no último volume e choro. Choro porque nós ouvíamos Jorge e Mateus e porque eu imagino que quando a música acabar e as minhas lágrimas secarem um pouco de todo esse amor vai embora. Os meus olhos incham, meu amor também e ele nunca vai.
Meu amor é o que me faz sentir uma sede que nem mil litros de água abrandariam, é o que me faz perder o apetite de comida porque a minha fome de amor é ainda maior. Meu amor é a grande quantidade de vírgulas nos meus textos, porque a tua objetividade me dá calafrios. É a lembrança da vista da sua janela, do sol que batia no meu rosto e da sua visão do mundo, é uma saudade doída da sua ajuda para fazer cálculos e para tomar decisões. O meu amor é a própria falta de decisão.
Meu amor é a possessão incrível que me faz manter tanto amor em silêncio. É o absoluto egoísmo e a mais extrema doação. Eu tenho tanto medo de perder o meu amor, que eu já não consigo respirar direito por medo de sufocar um pouco que seja desse sentimento. Meu amor é invisível, é particular. Não consigo dar nem um pouco dele a qualquer um, porque ele é só teu. Mas eu também não  sei se quero dar ele a você, porque você já mostrou que não saberia o que fazer com tanto.
Meu amor é a vontade de gritar no seu ouvido que eu existo, é a vontade de abrir a caixa vermelha com as suas lembranças, colocar o anel no dedo, é a vontade de te ligar, comprar um sanduíche e te propor uma fuga. O meu amor é o medo que eu tenho de acordar, e a vontade que eu tenho de acordar pra ver se você vem me ver. O meu amor é o meu paradoxo, é a minha música, é a minha poesia.
O meu amor é o que eu sinto de mais forte, é o que eu tenho de mais verdadeiro. Meu amor é aquele que eu escondo, que eu fujo, que eu desencontro. É aquele que me sufoca tanto que eu perco o medo, a vergonha, a compulsão. É aquele que me faz perder o rumo e que me faz voltar sempre pra você. É aquele que não deveria ser escrito nunca, mas que não consegue mais calar. É aquele que morre e renasce todos os dias, cada vez mais forte, cada vez mais meu. Cada vez mais teu amor.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Arquivo não enviado.

Um dia você vai acordar e vai ver as chances que desperdiçou, as pessoas que descartou e os sentimentos que objetificou.
Um dia você vai perceber que os nossos melhores sonhos, são os menores e mais simples de serem realizados, que a beleza da vida ainda encontra-se nas coisas mais singelas.
Você vai entender que é muito bom poder ir, usando da liberdade, mas é vazio se você não tiver para onde voltar.
Irá dar valor a um bom dia, de um carinho no cabelo e de uma torta feita com amor, ou aquele visita surpresa com os lanches que você tava com vontade de comer.
Você vai sentir falta de alguém que torça por você, que te faça alcançar seus objetivos e dividir sua vitória, porque mais cedo ou mais tarde vai entender que ninguém é feliz sozinho.
Quando você menos esperar, todos os seus sonhos estarão realizados, todos os propósitos e planos feitos não feitos já estarão concretizados. E então você vai lembrar de mim, dos momentos que você não aproveitou enquanto se preocupava com essa falsa liberdade, enquanto estudava a outra pessoa se desvencilhando das possibilidades de se envolver. Frio e calculista.
O difícil te encanta, não por sua dificuldade, mas pelo desprendimento que aquilo vai te proporcionar. E eu, sempre tão fácil.
Um dia, tarde ou não, seus olhos vão se abrir, então você vai entender que nunca foi, nem é, livre.
Só é livre de verdade quem sabe a quem pertence.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Da falta que a falta faz.

Sinto sua falta.

Sinto falta de fazer par contigo, sinto falta das nossas conversas, dos conselhos e puxões de orelha.
De amanhecer e partilhar meus sonhos, ou faltas de sono.
Falta de te contrariar e fazer planos.
Planos para nós, para o final de semana, para uma vida juntos.

E te contrariar de novo. E discordar de você, te chamar de cara lisa, dizer que você é doido.
Sinto não te fazer meu primeiro e último pensamento (feliz) do dia.
Era tão bom ver como éramos juntos, ninguém poderia dizer que não daria certo, nos transbordávamos.

Quem diria que nos tornaríamos dois estranhos, que não saberíamos nos tocar nem conversar no telefone. Que teríamos receio de tratar com carinho, de demonstrar afeto.

Sinto falta de olhar nossos retratos, de reviver nosso dia em pensamento, de guardar cada data, cada frase, cada beijo.

Sinto falta do seu pouco que me era muito. Sinto falta de te ouvir dizer que eu era linda, a razão do seu sorriso, o motivo da sua alegria, mesmo não concordando contigo. Sinto falta de te ouvir dizer que sentia minha falta.

Do seu olhar carregado de afeto, do carinho no cabelo, de te ver debochando da minha cara. Do seu andar apressado para abrir a porta do carro, que sempre me surpreendia. De te ver baixando o som para me ouvir falar, ou aumentando para não me ouvir cantar.

Do seu bom dia, do boa tarde e do boa noite.  Da certeza de mais um outro dia contigo. De não ter medo de acordar sem você.

Do seu jeito manso de falar, da sua paciência e elegância, das surpresas. Do som da sua risada.

Sinto falta de sentir sua falta.
Nos meus dias, nas minhas conversas, na cama.