quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Você outra vez.

Mais uma vez estou ouvindo a playlist que me faz lembrar você.
E mais uma vez eu queria que nenhuma dessas músicas tocassem, que me fizessem pensar em você,
porque essa lembrança de alguma forma me faz enxergar que você não está mais aqui.
Que não adianta olhar pro celular porque ele não vai tocar, não adiantar olhar para o fim da rua esperando que você dobre a esquina.
Não adianta continuar esperando notícias suas. Não adianta nada, cada vez tenho mais certeza disso.

E adianta muito menos negar.

Negar que lembro de você com constância, que eu não me conformei, que eu te espero em cada batida do meu coração, que sua partida é algo que não se explica ainda que eu entenda.
Eu não consigo aceitar não te ter comigo, está difícil demais olhar para trás e ver tudo que vivi sem você.

Entre todos altos e baixos, se aproximam os oito anos desde sua partida, oito anos. Hoje, sinto como se tivesse parado no tempo, minha fase atual está no baixo. Os meses que sempre foram festivos, se tornaram enlutados, as comemorações perderam o sentido se no final de tudo eu não te vejo. Meu coração guarda seu lugar, porque você deixou um coração que sofre, que anseia te encontrar eternamente.
Preciso de você junto de mim, entende? Preciso da sua força, preciso ser forte com você, e hoje não sei fazer isso. Não, hoje não. Talvez amanhã.


Mas o talvez é incerto, assim como a minha vontade de acabar com tanta espera.
Porque eu não queria estar escrevendo isso agora, não é meu desejo. Eu não queria nunca ter escrito nada para você. Mas a noite traz memórias do passado, me traz você.

Eu sei, o plano era ficar tudo bem. Eu sei, eu lembro. Mas hoje eu não consigo.
Me desculpa, mas por hoje não. Hoje eu quero continuar olhando para o céu, imaginando que você também vai fazer o mesmo e que, por uma fração de segundos, nossos olhares vão se cruzar.

Só então, eu vou adormecer. Procurando em cada noite um motivo para acordar amanhã.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Pseudo-egocentrismo.

Nem se você quisesse, conseguiria imaginar quantas noites perdi procurando um motivo para que não tenha dado certo.
Você não iria conseguir quantificar o tempo que aluguei os ouvidos das amigas, quantas horas no celular, quantas rodas de conversa, quantos sonhos, quantas insônias.
Não seria capaz de recuperar tanto tempo - e esforço - perdido.

Procurei tantos erros, busquei em mim tantas formas e respostas, abri mão da razão e me joguei no meu interior em busca de algo que justificasse.
E então, eu com essa mania de pseudo-egocentrismo concentrei todas as falhas em mim, esquecendo que tudo era apenas uma questão de interesse. O seu interesse.
Mas isso era nítido, não havia algum.

Não havia vestígio de uma necessidade de explicar atitudes tão infantis, tão imaturas, tão distintas. Não havia nenhum sinal da justificativa de ter agido tão diferente, de ter sido tão oposto do que tu eras.

Não havia nenhum sinal seu. Nem de fumaça, bilhete, carta, email, ligação, sms, whatsapp, nem muito menos um mísero sinal de que queria que fosse diferente. Porque podia ter sido. Mas não foi.

Em meio a isso, o que menos faz sentido de tudo, é sua falsa consciência pesada ao encontrar meus amigos. Recados de intenções duvidosas não compensam.

Mas compensar não significa que eu não vá pensar. Porque a cabeça sabe o que é certo, mas meu coração é bobo, meu bem. E desde que tive notícias suas não parei de justificar os motivos inaceitáveis que você poderia me dar.

E mais uma vez eu escrevi para você, mesmo sabendo que isso não faz o menor sentido.